segunda-feira, 7 de março de 2016

Aprender a usar a Clavis Bibliothecarum (I)


O leitor atento da Clavis Bibliothecarum rapidamente nota que o livro tem bastante mais do que parece à primeira vista, e que a sua consulta ganha muito com a prática. Aqui ficam algumas indicações para se tirar o máximo proveito da consulta do livro:

A Clavis Bibliothecarum reúne materiais de duas grandes categorias: Catálogos, Inventários e Listas de livros, que são sempre referidos pela sigla INV;  e Documentos diversos sobre a criação e gestão das Bibliotecas, que são sempre referidos pela sigla DOC. São apresentados 348 DOCs, e 901 INVs (na realidade dá-se informação sobre muitos mais catálogos e inventários). Além disso, usa-se uma convenção tipográfica: os INV "institucionais" ou "globais" são apresentados num tipo de letra maior do que os INV particulares. Procurámos tanto quanto nos foi possível introduzir referências cruzadas para todos estes materiais: há muita referência cruzada ao longo do livro. Também incluímos muitos Índices, para tornar a consulta o mais eficiente e expedita possível. E no final, uma bibliografia extensa sobre bibliotecas eclesiásticas em Portugal.

Um livro desta complexidade e com esta quantidade de informação ganha muito se for usado por um leitor com alguma experiência. Recomendamos a todos os que se iniciam no uso desta Clavis, que comecem por ler atentamente a secção «Como usar este livro», nas pp. XLIX-LIV.

Também no Facebook, claro

Quase me esquecia de dizer que há também uma página Facebook dedicada à Clavis Bibliothecarum. Está aqui:

https://www.facebook.com/clavisbibliothecarum/

domingo, 6 de março de 2016

Bibliotecas religiosas em França

Nas suas palavras ao apresentar a Clavis Bibliothecarum, e depois, em várias conversas connosco, Noël Golvers mencionou a seguinte obra:




Marie-Hélène Froeschle-Chopard
Regards sur les bibliothèques religieuses d'Ancien Régime
(Honoré Champion, 2014).

Noël Golvers sobre Clavis Bibliothecarum


«But now we are at the end of this 5-year old project, and the results are not only materialized in a huge book volume of more than 900 pages, but its main contribution is, (first) to reveal for the learned public in and outside Portugal a ‘lost’ world, that of Portugal’s ecclesiastical library treasures – of which more than 400, small and large ones are ‘described’ here for the very first time on the basis of ca. 1,000 catalogues and inventories – and (second) to offer a ‘key’ to unlock this enormous and submerged universe and reconstruct by this a major part of Portuguese cultural heritage, so far overlooked or purposely minimalized.» [...]

«the entire sum must amount to several 100,000s of volumes, together constituting an enormous cultural heritage, but at the same time a ‘Trümmerfeld’ or ruinous cemetery, due to mainly two factors: I mean (1) the (intentional) destruction of particular collections in the almost one century of ‘secularization’, starting with the suppression of the Jesuit scholarly and educational institutes, with their libraries; (2) the great dispersion of the holdings of other libraries throughout the country, by which these books lost the organic relation with their original ‘context’. In all these cases, it are only the extant archival inventories and catalogues, together with other related materials which preserve a reminiscence of the original, destroyed library units; the collection and critical presentation of these inventories was, by consequence, the only way to ‘reconstruct’ this entire galaxy of libraries and book collections, and the intellectual life in Portugal from which they were the instrument and the expression. » [...]

«Let me conclude this all too quick overview by expressing – carefully but firmly – my conviction that after the publication of these materials, which by this edition receive a maximal accessibility, many aspects of the cultural history of Portugal in the Early Modern period should be re-visited and re-written, as it brings the religious institutes (again) in the center of the perspective, where their historical position was, and one should look from now on to history of reading and science, and the Ideeengeschichte in Portugal through the prism of these libraries’ holdings. This is the highest thinkable legitimation of the investment of energy and money behind this project, and at the same time is the best possible argument for the decision to continue and for the further intensifying of this project, as part of an international, European ‘renouveau’ of the study of national book heritage. This is my most sincere wish for this enterprise, to which I should add nothing else anymore, I think. »

Lançamento Clavis - Fotos

Na página Facebook do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja está uma boa colecção de fotografias do lançamento da Clavis Bibliothecarum, na Biblioteca Nacional de Portugal, no dia 3 de Março.
Ver AQUI.

sábado, 5 de março de 2016

Mais um blog interessante

Um blog de que só me apercebi ontem, e que tem materiais interessantes.
É de Ricardo Aniceto, arquivista no Patriarcado de Lisboa:

http://arquivosreligiosos.blogspot.com/

What nuns read

Ontem, uma conversa com a Prof. Kate Lowe (Queen Mary, University of London), que é uma especialista em história europeia e uma amiga de há alguns anos. Lowe conhece muito bem o mundo dos conventos femininos italianos e escreveu um livro importante sobre o assunto. Comparámos a estrutura das bibliotecas e os hábitos de leitura das freiras portuguesas com as suas congéneres da Europa. Muitas coincidências interessantes. No final, a indicação de um livro importante que assinalo aqui:


David N. Bell
What Nuns Read. Books and Libraries in Medieval English Nunneries
(Cistercian Publications, 1995).

sexta-feira, 4 de março de 2016

Autores e editora


Da esquerda para a direita: Luana Giurgevich, Sandra Costa Saldanha, Henrique Leitão.

Ontem - muito obrigado!

Casa a abarrotar ontem no lançamento da Clavis Bibliothecarum na Biblioteca Nacional de Portugal. Muita gente em pé, e muitos que, infelizmente, acabaram por não conseguir entrar na sala; os livros esgotaram num instante. As minhas desculpas a todos pelas maçadas, mas o número de pessoas apanhou toda a organização desprevenida. Mas acima de tudo, muito obrigado pelo interesse!

quinta-feira, 3 de março de 2016

Site BNP - Clavis Bibliothecarum

Foi hoje publicamente anunciado o novo site da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), inteiramente dedicado à disponibilização online das digitalizações integrais dos catálogos e inventários das bibliotecas eclesiásticas. É um contributo extraordinário da BNP, que todos devemos agradecer.
Está aqui:

http://clavisbibliothecarum.bnportugal.pt/

Até logo ! -- às 18h00, BNP


quarta-feira, 2 de março de 2016

Onde comprar a Clavis Bibliothecarum


Muitas pessoas nos têm perguntado onde se pode comprar a Clavis Bibliothecarum.
Para já, a minha resposta é a seguinte (espero dentro de dias ter mais informações):

1. No dia do lançamento (3 Março, BNP, 18h00) o livro estará à venda, com um preço especial.
2. Presumo que o livro ficará depois à venda na Biblioteca Nacional.
3. O livro pode sempre ser encomendado na loja online do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, AQUI.

Para os colegas de Espanha e Brasil que nos contactaram, sugiro que comprem na loja online
do SNBCI, AQUI.

Outras leituras: dois livros recentes

Há mais livros além da Clavis Bibliothecarum :-)
Dois livros recentes (de 2014 e de 2015), sobre bibliotecas, que li há pouco e recomendo:



George W. Houston,
Inside Roman Libraries. Book Collections and Their Management in Antiquity.
The University of North Carolina Press, 2014.
ISBN: 978-1-4696-1781-7

Mais informações, AQUI.







Alice Crawford, ed.
The Meaning of the Library. A Cultural History.
Princeton University Press, 2015.
ISBN: 978-0-691-16639-1

Mais informações, AQUI.

Como tudo começou ...

Há seis anos atrás, quando Luana Giurgevich chegou ao meu grupo, o nosso objectivo não era estudar as antigas bibliotecas eclesiásticas de Portugal. O que queríamos era mais simples. Pretendíamos investigar as existências, a circulação, e a leitura de livros científicos em Portugal, entre o século XVI e o XVIII. E foi assim que o trabalho começou, com estudos detalhados, mas pontuais, dos livros científicos nas maiores antigas bibliotecas portuguesas. Mas muito rapidamente sucederam duas coisas. Em primeiro lugar, demo-nos logo conta de que este modo de atacar o problema seria sempre muito deficiente. Isto é, percebemos que havia uma rede muito vasta, um complexo muito amplo de bibliotecas, de centros de colecção de livros e de leitura. Qualquer aproximação que não captasse esse aspecto sistémico seria sempre deficiente. Em segundo lugar, eu rapidamente percebi que a Luana era uma investigadora de talento e capacidades invulgares, muito acima da média. Por isso, quando um dia, numa das nossas muitas reuniões de trabalho, encarámos pela primeira vez o facto de ter de fazer uma investigação global, de todas as antigas bibliotecas eclesiásticas, eu acreditei que, com o talento e a tenacidade da Luana, isso seria possível.